Manifestações artísticas vão tomar conta de paredes do batalhão do Choque da PM (Polícia Militar) de São Paulo nos dias 12 e 13 de novembro. A ação faz parte de um festival de grafite organizado pelos artistas Pagu e Andrea Franco.Pagu, que é produtor do evento, diz que a proposta de fazer a intervenção foi feita pelos artistas à polícia: “O Choque, obviamente, é uma das polícias especiais preparadas para situações extremas. Diante desse cenário inóspito e contraditório, a gente propôs fazer a intervenção”.Serão 15 artistas no evento, que será aberto para o público. O artista diz que as artes serão feitas em, pelo menos, três batalhões. “A gente achou que seria interessante [promover a ação] porque a street arte está na rua. Portanto, é onde tudo acontece. E o Choque está sempre na rua por causa das manifestações”.De acordo com o produtor, os artistas acreditam que é interessante propor o que chama de “diálogo” junto ao Choque. Segundo ele, a receptividade “foi surpreendente”. Porém, ele diz que, mesmo assim, existe “um choque cultural”.— A gente entende que está abrindo um diálogo [com a polícia]. Ao mesmo tempo, a gente está mudando um ambiente que é de mais tensão.A intenção do projeto é mostrar que o grafite é uma arte em ascensão. “A gente percebe que tem uma quebra de paradigma. [O evento] está sendo super bem aceito. Fico muito feliz que a gente está conseguindo uma nova visão”.Pagu, que já foi detido sete vezes por conta de sua arte nas ruas, diz que a polícia e os artistas de rua sempre foram colocados em “lados opostos” e que a ação está fazendo com que ele tenha contato com os policiais de uma forma diferente. “Estou vendo nos olhos deles o fato de eles estarem gostando do que está acontecendo”.
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Major Ambar explicou ao R7 que o projeto foi pensado em conjunto entre os artistas e a PM e que as intervenções serão feitas em algumas unidades do Choque na região central. Segundo ele, o objetivo da corporação é entender e apreciar todas as formas de arte. Além disso, a expectativa do evento é aproximar as duas profissões.Lados opostosEm 2011, um grafite foi apagado das paredes do Metrô, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Na arte, um policial em forma de coxinha corria atrás de pessoas com um cassetete. Na época, os artistas que fizeram o grafite disseram que não teve nenhum diálogo e que a arte foi apagada sem consulta.ServiçoDias: 12 e 13 de novembroHorário: 9h às 18hLocal: Complexo de Batalhões do Choque, Luz, São PauloAcesso pelo Metrô Tiradentes